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Candidato à Presidência da Argentina, Javier Milei diz que Lula interfere na sua campanha e recusa encontro com o brasileiro se eleito
09/11/2023 17:47 em Notícias Internacionais

Candidato à Presidência da Argentina, Javier Milei afirmou que, caso eleito, não se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista a um jornalista peruano e ao jornal La Nación, o concorrente de Sergio Massa, candidato peronista à Casa Rosada, se referiu ao mandatário brasileiro como “corrupto” e “comunista”. Para o libertário, o petista está interferindo nas eleições argentinas em favor do seu adversário.

O primeiro turno das eleições na Argentina ocorreram no dia 22 de outubro. O segundo turno está marcado para o próximo dia 19 de novembro. Ao ser questionado sobre sua opinião sobre o presidente brasileiro, Milei respondeu: “Um comunista”. Jaime Bayly, jornalista peruano, acrescentou: “E um grande corrupto, não?”. “Por isso esteve preso”, respondeu Milei.

Milei afirmou ainda na entrevista publicada nesta quarta-feira (08), que não pretende se encontrar com Lula em caso de vitória sobre Massa. No domingo (05), em outra entrevista, ao jornal La Nación, Milei acusou o presidente brasileiro de interferir na campanha presidencial argentina.

“As pessoas [apoiadores] de Bolsonaro e alguns jornalistas do Brasil denunciaram que Lula está interferindo nesta campanha, financiando parte dela, e dentro desse pacote há um conjunto de consultores brasileiros que são os melhores especialistas em campanha negativa”, disse o candidato libertário.

No dia 29 de agosto deste ano, jornais da Argentina trouxeram relatos da conversa ocorrida na véspera entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Economia daquele país, Sergio Massa, no Palácio do Planalto. Candidato do peronismo à sucessão de Alberto Fernández, Massa esteve no Brasil, no dia 28, para tratar de um empréstimo de US$ 600 milhões, com o objetivo de financiar exportações.

Lula disse ao ministro, de acordo com o candidato, que enviaria pessoas de sua equipe à Argentina, com o objetivo de ajudá-lo na campanha “para parar a direita”, de acordo com as publicações argentinas.

Liberação de empréstimo

Além disso, como revelou o Estadão, Lula teria atuado para autorizar uma operação para que o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) concedesse empréstimo de US$ 1 bilhão à Argentina. A informação foi revelada pela colunista Vera Rosa.

O país vizinho precisava desse empréstimo-ponte para que o FMI (Fundo Monetário Internacional) pudesse liberar um desembolso de US$ 7,5 bilhões. A rigor, a Argentina não poderia ter acesso aos recursos do FMI, porque já havia esgotado o limite de crédito.

O Palácio do Planalto entrou em contato com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que é governadora do Brasil no CAF. A ação ocorreu às vésperas da já mencionada visita de Sergio Massa ao País. O empréstimo-ponte não é ilegal e passou pelo crivo de 21 países-membros do banco. Somente o Peru votou contra.

À época, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência disse que “diferentemente do que vem sendo repercutido” (pela imprensa), o empréstimo não teve intervenção do presidente. O comunicado afirma, ainda, que Lula não conversou sobre o empréstimo com Tebet.

Durante audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, a ministra disse que não consultou Lula diretamente, mas admitiu que recorreu ao Itamaraty para saber como os demais países membros do CAF pretendiam votar em relação ao pedido da Argentina.

Fonte: O SUL

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