Em junho de 1973, começavam as obras da Represa de Sobradinho, aproveitando as águas do Rio São Francisco, no sertão da Bahia. Os anos seguintes testemunharam alagamento de povoados, deslocamento de 70 mil pessoas e surgimento do maior lago artificial do Brasil e da estratégica usina hidrelétrica que ajuda a abastecer o Nordeste de água e energia. Cinquenta anos depois, Salão Verde atravessa esse “mar do sertão”, reaviva a memória de antigos moradores dos povoados alagados e avalia os prós e os contras do megaempreendimento. O quadro “GeoLógicas” mostra que, em baixo dos 4.214 km2 de espelho d’água, estão “afogados” ecossistemas de Caatinga e Cerrado, além de recantos que marcaram a vida de milhares de ribeirinhos sertanejos. Antigos moradores se dividem entre saudosismo, cobrança de “dívidas sociais históricas” e reconhecimento de Sobradinho como fonte de desenvolvimento regional. Foto: Lago de Sobradinho entre Remanso e Sento Sé/ José Carlos Oliveira

Pontos de vista nesta edição: Maria Perpétua dos Santos e José Rodrigues da Silva (antigos moradores de Remanso-BA); Lenita Braga Ferreira (Casa Nova-BA); Jurandir da Silva (Sento Sé-BA); Darci Barbosa e Florzino da Silva (Pilão Arcado-BA); Ariosvaldo de Araújo e Gumercindo dos Santos (Sobradinho-BA); João Henrique Franklin, presidente da Eletrobras/CHESF (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco); Marcos Souza, dirigente do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB-Sobradinho); Marta dos Santos, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); e deputado Jorge Solla (PT-BA).

Produção – Lucélia Cristina
Edição e apresentação – José Carlos Oliveira