Salão Verde traz evidências dos desequilíbrios biológicos e ecossistêmicos em tempos de mudanças climáticas. Cientistas mostram que os microrganismos fitopatogênicos e as pragas estão entre os primeiros organismos a evidenciar os efeitos do aquecimento global, devido às numerosas populações, facilidade de multiplicação e de dispersão. Os exemplos se alastram em áreas rurais e urbanas: reprodução acelerada de cianobactérias em rios e lagos do Rio de Janeiro, infestação de ratos na Austrália, proliferação de piolhos (caliothrips phaseoli) na Argentina e emergência fitossanitária devido a nuvens de gafanhotos na América do Sul. Pioneiro estudo científico projeta possíveis cenários de disseminação de pragas (cigarrinha das pastagens, pulgões e percevejos) e de predadores de pragas (fungos e joaninhas) no campo, em busca de novas estratégias de segurança alimentar e de sustentabilidade agrícola diante das mudanças climáticas no Brasil. O programa também relembra o alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a relação direta entre meio ambiente caótico e surgimento de novas endemias e pandemias.

Pontos de vista nesta edição: Mário Moscatelli, biólogo, mestre em ecologia e especialista em gestão e recuperação de ecossistemas costeiros; Alexander Machado Auad, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e coautor de artigo pioneiro sobre o tema publicado no livro “Aquecimento global e problemas fitossanitários”; e Mike Ryan, diretor de programas emergenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Produção - Lucélia Cristina
Edição e apresentação - José Carlos Oliveira